Pois é galera blogueira do MFC, aqui quem fala é o campeão estadual de 2009! Fim de semana chegando e com ele, o início da Taça Rio. Um fato que me chamou muito a atenção essa semana, foi a repercussão que a "brincadeira" que a torcida botafoguense fez com o Cuca, teve para o treineiro rubro-negro. O sr. Alex Stival foi a público reclamar, se lamentar, chorar e tudo mais... Ora, se o sujeito que se diz profissional cair na pilha da torcida adversária é melhor acabarmos com o espetáculo. Saiu na imprensa essa semana, uma carta escrita pelo alvinegro Marcelo Pereira, do blogo Fogo Eterno, tomei a liberdade de reproduzi-la nesse espaço. Muito interessante e descreve muito bem o sentimento da nossa torcida.
A carta:
"Caro Alexis Stival, você ficou magoado com o grito da torcida alvinegra no Maraca, certo? Deu para perceber pela sua entrevista desconjuntada, contraditória, raivosa. Infantil. Olha, te confesso que eu me incomodei ao ouvir pela primeira vez a saudação de “ô, ô, ô, vice é o Cuca”, mas depois fez todo o sentido do mundo: o grito não me pareceu uma forma de atingi-lo nem de menosprezar a sua passagem por General Severiano, mas de bombardear o nosso maior rival e exorcizar a fama de chororô impingida pelos urubus e que você e seu grupo de jogadores, infelizmente, contribuíram para criar ao falhar nos momentos decisivos. O grito, Cuca, foi um descarrego. Mágoa, rancor, raiva são sentimentos de grande intensidade. E, quase sempre, dirigidos a quem já foi brindado com iguais doses de respeito, admiração, afeto. Amor, eu ousaria dizer. Muito pior, meu caro Cuca, seria a indiferença. E a verdade é que, ao ter novamente o nome gritado num momento de tamanha importância para o Botafogo, você ganhou o mesmo status do Dodô, o maior ídolo alvinegro nos últimos dez anos, igualmente “saudado” num momento decisivo a nosso favor, ano passado na semifinal contra o Fluzinho: detalhe, o Dodô estava em campo; você na sua casa. Claro que as circunstâncias das saídas foram muito diferentes - e, em nenhum momento, você passou a impressão de desprezar o Botafogo. Mas, meu caro, até as cadeiras do Engenhão sabem que você aceitou o convite do Flamengo por enxergar, naquele momento, o atalho mais curto para a conquista do título que você tanto fez por merecer quando esteve em General Severiano. Alguns podem chamar de pragmatismo; outros, de oportunismo. Você alegaria profissionalismo, mas essa não foi a sua característica mais marcante como treinador do Botafogo, certo? Que nada, você misturava as coisas, emoção e razão, risos e lágrimas, técnico e jogadores, e a gente, por muito tempo, gostou desse seu jeito sincero e emotivo de conduzir a nossa estrela. E você também sabe, como o Túlio declarou, que os que defendem a estrela com intensidade jamais podem passar para o lado escuro da força. É assim que a gente vê as coisas, somos apaixonados pelo nosso time. E essa é a maior ofensa que alguém pode cometer. É, Cuca, o grito no Maracanã foi o reconhecimento - mesmo enviesado, irônico, cruel - da torcida alvinegra de como a sua passagem foi marcante pelo Botafogo. E como a sua ida para a Gávea não foi encarada apenas como mais um trabalho na vida de um profissional do futebol. No Botafogo, Cuca, você foi ídolo. Coisa rara, raríssima em um treinador brasileiro, ter o nome gritado em todas as partidas - mesmo nas derrotas mais dolorosas. E você, inegavelmente, fez por merecer esse status - basta ver sua expressão na foto acima para reconhecer o fato. Não jogue fora o que você conquistou. Em caso de dúvida, prefira o silêncio. Paz e respeito para você e sua família."
Cucalado e escaldado não tem medo de água fria! Cala-te!
Saudações em preto e branco.