Esse post foi retirado quase que "ipisilitem" do blog da jornalista Camila Paulos :
http://www.camilapaulos.blogspot.com/. O qual vocês devem visitar não só pela questão da curiosidade, mas pelo seu conteúdo, em geral muito bom. Licença concedida pela "fonte inspiradora", vamos ao que interessa!
Essa é pra rapaziada mais esquentada, que não só frequenta os estádios e xinga pra valer,ou seja, fala mal de alguém ou algo, mas que nos bares da vida ou em casa acabam por não controlar a própria emoção e desandam geral a baixar o nível metendo aquele palavrãozinho gostoso! Eu mesmo, de vez em quando, não me controlo e vocês?
E futebol, quase sempre gera discussão e os mais exaltados sempre soltam aqueles palavrões cabeludos. Basta um erro de passe, um gol perdido ou um gol do adversário que pronto: um puta que o pariu daqui, um vai tomar no cú dali ou um fodeu logo aparecem!Mas, como aqui é tudo no bom humor, não levem a mal a postagem desas palavras de baixo calão, ok?
Então a gente fuçou e com a ajuda da Camila, acabei por pesquisar e descobrir a origem dos nossos palavrões mais populares! E fiel à minha crença de que não há conhecimento que seja inútil, compartilho a curiosidade com vocês. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Por que diabos merda é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha-da -puta, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. É o fundo do cérebro, a parte que controla nossas emoções. Trata-se de uma zona primitiva: se o nosso neocórtex é mais avantajado que o dos outros mamíferos, o sistema límbico é bem parecido. Nossa parte animal fica lá. Como disse, basta tropeçar numa pedra para que ela corra o sério risco de ouvir um desaforo. Se dependesse do pensamento consciente, ninguém nunca ofenderia uma coisa inanimada. Mas o sistema límbico é burro. Burro e sincero. Justamente por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade inigualável. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem fala direto para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a linguagem comum.
É o que pensa o psicólogo cognitivo Steven Pinker, da Universidade Harvard. Em seu livro mais recente, "Stuff of Thought "(Coisas do Pensamento, inédito em português), ele escreveu: "Mais do que qualquer outra forma de linguagem, xingar recruta nossas faculdades de expressão ao máximo: o poder de combinação da sintaxe; a força evocativa da metáfora e a carga emocional das nossas atitudes, tanto as pensadas quanto impensadas." Traduzindo: palavrões são f*. Tão f* que nem os usamos só para xingar. Eles expressam qualquer emoção indizível, seja ruim, seja boa. Então, se um jogador de futebol grita palavrões depois de marcar um gol, ele não o faz por ser mal educado, mas porque só uma palavra saída direto do sistema límbico consegue transmitir o que ele está sentindo. Outra prova de eficácia é que eles estreitam nossos laços sociais. Se você xingar alguém gratuitamente e o sujeito não ficar bravo, significa que ele é seu amigo. Daí que grupos de homens adoram usar cumprimentos como Fala, cuzão! Isso deixa claro que todos ali são íntimos. Perceber o xingamento como agressão ou ferramenta social depende do contexto, Que, no geral decide o que é palavrão e o que não é! Então vamos dar uma "sacada" nesses palavrões:
Idiota: na verdade é um xingamento tolo, não um palavrão, né? Pois bem, para gente idiotice é sinônimo de ignorância, para os psicólogos é uma deficiência que atrasa o desenvolvimento mental. Já na Grécia, onde a sociedade e civilidade era muito importante, o termo foi usado para qualificar os alienados de plantão. Gostei mais da explicação psicológica, acho que se encaixa mais ao que queremos dizer popularmente.
Merda:Está ligada a nojo, excremento, sujeira. Um vá a merda é quase um vai tomar no cú ou vá para a puta que o pariu e surgiu no meio das pestes e doenças, na França. Merda então é tré chiqué!
Vai se ‘fuder‘: a parte feia da expressão vem do verbo futere, do latim, que significa ter relação sexuais. Pra mim, ao pé da letra, isso não é muito ofensivo, já que as pessoas gostam de ‘futerem’, mas como soltamos essa frase quando não estamos muito satisfeitos ela ganhou um sentido mais “raivoso“.Derivam dele, o foda-se, o fodeu e o nem fodendo(típicamente paulista) e o se fodeu, extremamente preconceituoso. Adoro mandar a torcida de um time Molambo se fuder! No futebol, a torcida do Vasco falou: "Eurico vai se fuder, o meu vasco não precisa de você". Só pra registrar!
Otário: esse vem do mundo animal, já que otária é o gênero de animais que se locomovem com dificuldade e se tornam presas fáceis. Mas otário só virou uma ofensa por causa dos argentinos! Não porque eles são otários, mas porque a palavra veio de uma língua local (não oficial, claro) chamada lombardo, usada nos subúrbios de Buenos Aires. Os hermanos criaram com o sentido de homem ingênuo, para nós otários são pessoas tolas. Não obstante já ouvi no Maraca: "Urubu otário , o seu salário é cafézinho do Romário". Não podia ficar em branco!
Puta que pariu: talvez o mais popular entre os brasileiros, a expressão tem o sentido de volte para o corpo da puta que te pariu - me lembrou também o “filho da puta”, mas não vem ao caso.Quem não se lembra de "1,2,3,4,5 mil eu quero que o Dunga vá pra puta que o Pariu?" ou o que a torcida do Fla cantava pra do Vasco: " vá morar em Portugal ou vá pra Puta que o Pariu..."
Caralho: esse veio dos portugueses! Os nossos colonizadores chamavam os altos e grandes mastros das caravelas de caralho. Então, nessa coisa de grandeza e superioridade besta do homem, eles começaram a associar o tamanho dos mastros ao tamanho dos seus órgãos genitais externos, tipo “oh, o meu é tão grande quanto este caralho”. Por isso caralho é associado ao pênis, e também à reação de surpresa. E dele deriva a expressão "Caraca!" e também "Du caralho", quando dizemos "esse cara é bom", no popular dizemos: esse cara é "Du caralho!". ou então quando a raiva é terminal, falamos assim: "Vai pra casa do caralho", ou seja lá pra cima do tal do mastro, da porra do navio, no cafundó do judas, ou seja longe pra cacete!
Babaca: isso nem é palavrão direito, né? Ele pode ter vindo do tupi, babaquara, ou seja, aquele que não sabe nada; do latim, baburrus, que significa tolo; ou mesmo do português, de basbaque, aquela pessoa que fica espantada com tudo. Virou palavrão de criança!
Imbecil: vem de imbecilis, do latim, que significa fraco ou frágil, mas empregamos pra chamar as pessoas de “idiota” ou “tolo”. Imbecil também acabou sendo adotada pela psiquiatria para caracterizar pessoas com atraso mental.
Porra Nenhuma: essa expressão atendeu tão agudamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. O "porra nenhuma", como podemos ver, nos dá sensações de incrível bem-estar interior.
Vai tomar no cu: graças ao preconceito sexual, surgiu uma das nossas expressões preferidas. Como é óbvio, o palavrão remete à “tomar” no ânus, ou seja, não é apenas “se fuder”, é mais ainda, porque é no cu. Agora, quando é falado "vai tomar bem no meio do olho do seu cú", é porque a pessoa está com uma raiva fudida de quem quem ela mandou tomar no cú.Tem uma musiquinha básica cantada pela torcida "arco-íris": Urubú vai tomar no cú". Calma gente é só reprodução do que rola nos testádios, nada demais e nem contra o Flamengo, ok?
Galera: as fontes de pesquisa forma o jornal zero hora, a revista Super Interessante da Abril e o blog da Camila, mas o assunto é tão vasto que citar atodos é impossível, ok?
E para descontrair e fazer a galera rir um pouco desse gigantesco post, se você chegou a ler até aqui, não perca tempo e ria para descontrair. Acesse o link e descubra graça dos palavrões:
http://www.youtube.com/watch?v=aOUqLT262uk . Por hoje é só, e recadinho ao Jeferson Guerreiro e ao Felipe Souza: Muita calma nessa hora!
Domingo, vocês devem ir a missa e depois rezar meus filhos! Não falem nenhum palavrão, assistindo a final, porque papai do ceú castiga, tá bem? Mas, eu sei que nem "fudendo" eles farão isso! hahaha. Beijos do âncora!