Certa vez vi uma transmissão do Oscar pela rede Globo e o comentarista era o Arnaldo Jabor. O que me chamou a atenção é que o Arnaldo Jabor falou mal de todos os filmes, todos os atores, ou seja, para ele todos os premiados ou pretendentes eram fracos. Um show de reclamações. Hoje, relembrando o Arnaldo Jabor, me reservo o direito de falar mal desta Copa, por diversos motivos.
1º que até o momento o nível técnico foi fraco demais. Jogos chatos, sem graça, sem ousadia e etc. Temos grandes jogadores lá, grandes seleções, mas parece que a teoria da retranca e da eficiência tomou conta do pensamento de todos. Inclusive o da nossa seleção, que mesmo sempre tendo jogado para frente, ainda assim se tornou a maior campeã da Copa. Mas parece que esquecemos a nossa essência e apesar de termos os melhores jogadores do mundo, nos igualamos a todos jogando na retranca e nos contra-ataques. É eficiente? Sim. Ganhamos a Copa América e a das Confederações. Podemos ainda ganhar esta Copa. Mas será que teremos que deixar de lado o futebol bonito? Não é possível ser eficiente e ao mesmo tempo ser ousado? Santos e o Barcelona são o exemplo de que é possível ser vencedor e jogar pra frente com ousadia. Há quem defenda esse esquema pelos resultados até aqui conquistados. Mas bastará uma eliminação na Copa para que os mesmo defensores se tornem críticos ferrenhos e defenda a volta do futebol bonito.
Outra coisa chata é essa bola Jabulani. Ô coisa chata essa onda de ficar colocando a culpa de tudo na bendita bola. O frango do goleiro da Inglaterra, o bate-roupa do goleiro de Gana, em qualquer época, em qualquer lugar e em qualquer campeonato da atualidade seriam considerados falhas dos goleiros. Mas não nessa Copa, onde a justificativa para a incompetência é sempre da coitada da bola. O goleiro da Nigéria contra a Argentina pegou até pensamento. Será que ele foi o único que se adaptou a nova bola? Pelo amor de Deus, parem com essa de "mais uma vítima da Jabulani", reconheçam que até o momento foi culpa dos próprios jogadores. Joguei hoje com a Jabulani e modéstia à parte, desfilei um ótimo futebol durante os 15 minutos que meu corpo suportou a correria. Me coloquem na Copa que mostrarei como se trata a Jabulani.
Por último, as VUVUZELAS! Que coisa chata são essas vuvuzelas. Pior é que elas voltaram por aqui no Brasil também, para nossa tristeza. Ficar um jogo inteiro ouvindo as chatas vuvuzelas é um teste de paciência. Há quem defenda alegando que é a tradição dos africanos. Só digo uma coisa: nem tudo que é tradicional é bom. E nós estamos sofrendo com esse som chato, repetitivo e enjoado. Que acabe logo essa Copa das vuvuzelas e que recomece logo o Brasileirão, onde nos interessamos mais, temos mais emoção, vivemos mais a rivalidade e temos cantos, palmas, gritos da torcida que realmente dão vida a um jogo, que expressam o sentimento da torcida e não teremos, assim espero, a mesmice e chatice das vuvuzelas.
Acho que cumpri bem meu papel de ranzinza, chato e mau humorado. Apenas uma ressalva para o belo futebol Holandês e o jogo de hoje entre Camarões e Dinamarca. Tirando a presença das vuvuzelas, o jogo foi o melhor que vi nesta Copa.
Saudações do Rubro-Negro que sente orgulho pelo reconhecimento internacional da superioridade do Flamengo de 81 diante da nossa seleção atual.
